A Natureza da Mente


A mente é o instrumento mais importante de nossa existência, o nosso problema real é como aprender a utilizá-la de modo correto, para resolver nossos problemas psicológicos e nos levar a compreensão superior de nós mesmos.

Todos sofremos com a ignorância da natureza da mente. Não nos ensinam o sentido do estado de vigília, de sonho e de sono profundo. Não nos apresentam as funções comparativas da razão, emoção, vontade e da percepção sensorial.

Devemos começar a testemunhar a mente e suas funções, observar o conteúdo da mente fluindo como um rio, assim podemos vir a conhecer a mente e as atividades dela, percebendo as flutuações várias nos pensamentos, sentimentos e nas impressões. Enquanto estamos presos nas atividades da mente, não a podemos ver como ela é.

A mente não é matéria física, mas é matéria de natureza sutil, que tem o papel de ser um instrumento ou uma ferramenta. Podemos dirigir nossa atenção, usar nossa faculdade de raciocínio, desenvolver nossa vontade, cultivar nossos sentimentos; contudo, se a mente é um instrumento, não somos a mente. Como com qualquer outro instrumento, somos nós que a utilizamos e devemos dominá-la, e não deixar que ela nos diga o que fazer. Mas muitas vezes perdemos o controle e tornamo-nos cativos do desejo da mente, o qual não é nosso, mas advém do mundo exterior.

Por trás das flutuações mentais, está uma percepção constante. Embora o conteúdo da mente se altere repetidas vezes, como as nuvens no céu, há uma continuidade para a nossa consciência, como a pureza do espaço.

A percepção não tem forma, função nem movimento. Ela não está situada no tempo nem no espaço, mas fica aparte, apenas como testemunha das coisas. Para conhecer essa percepção, temos que aprender a ir além da mente, romper com seus envolvimentos. Essa é a nossa verdadeira tarefa como seres humanos, conhecendo a nossa realidade interior. Temos que aprender a buscar a luz pura além da mente, esta apenas funciona por meio do reflexo de uma luz superior, uma consciência superior.

Texto retirado do livro:

“Uma Visão Ayurvédica da Mente”

David Frawley

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